O negócio é que, eu, com minhas frescuras de sempre tentar
fazer tudo certo, nunca querer decepcionar ninguém e cobrar tanto o correto de
mim mesma, só tenho olhos para o oposto. E quando digo oposto não estou falando
apenas dos bad boys dos seriados que sempre acho muito mais perfeitos e
interessantes que os certinhos metódicos. Mas sim dos da vida real, dos que
seus pais lhe criaram para você ficar bem longe, o mais longe possível. O que
faz quase tudo por impulso, que toma decisão sem ligar para as consequências. O
que acha que o futuro é algo incerto, ele vive no presente, aqui, agora. Esse
sim, eu me interesso. No que deixa o colégio e vai ganhar dinheiro por que não
vê nada de útil em estudar matemática ou física. No que bota fogo na rua com os
amigos e saem correndo para não serem pegos. O que se mete em brigas e ri da
situação, como se fosse muito engraçado o fato de estar com a cara roxa. Ele
que faz planos impossíveis para conseguir me levar para os cantos que
combinamos, e não sermos pegos, pois ele sabe que meus pais iam pirar se
desconfiassem. O que enche a cara, anda de moto, o despojado, o indiferente.
Eu me pergunto por que, eu, tão certinha e tão responsável
sou capaz de me envolver com esses errados e irresponsáveis. Digamos que eu sou
a prova viva de que os opostos se atraem. Eu acho que é por que ele desperta o
lado de mim que eu sozinha não consigo demonstrar. Ele me deixa nervosa, com
frio na barriga, me faz sorrir... Ele me
faz feliz.
O problema não é nada disso que eu acabei de citar. O
problema é que todos eles têm um mesmo sorriso. Um sorriso que encanta, mas
sussurra: eu vou quebrar seu coração.
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